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segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Inicialmente os suplementos alimentares foram produzidos para serem práticos


Inicialmente os suplementos alimentares foram produzidos para serem práticos, terem volume reduzido em relação à disponibilidade de calorias e fornecerem macro e micronutrientes isolados
Em filmes de ficção científica do passado, várias cenas eram mostradas nas quais os protagonistas se alimentavam apenas de preparados em pó ou em pílulas. Estas cenas anteciparam o que se tornaria realidade tempos depois para vários indivíduos, como astronautas, atletas e viajantes solitários. O célebre navegador brasileiro Amir Klink identificou a necessidade de redução do espaço necessário para carregar e preparar alimentos comuns em suas ousadas jornadas pelos mares do mundo. Em várias reportagens, o famoso aventureiro relatou que ingeriu diversos preparados alimentares modificados, concentrados ou desidratados, em sua famosa travessia solitária pelo Oceano Atlântico. A crescente busca pela qualidade de vida, em contraste com a exigência cada vez maior de performance, seja atlética ou laboral, levou a uma utilização cada vez maior destes produtos pelas pessoas comuns. Havia algo novo disponível e que poucos tinham embasamento científico sobre o assunto. Mesmo assim, os suplementos alimentares se tornaram uma verdadeira febre entre os praticantes de exercícios físicos, a ponto dos consumidores os utilizarem de forma inadequada. Sem o chamado "alicerce", que é a dieta equilibrada, qualquer objetivo desejado encontra muitas dificuldades de ser alcançado. E se o for, não permanece muito tempo em pé.

Observando estas dificuldades, a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte se posicionou, por meio de um documento dirigido ao público leigo e também acadêmico, a cerca das recomendações nutricionais referentes ao uso de recursos ergogênicos. Na clínica diária da especialidade de medicina do esporte, freqüentemente os suplementos alimentares são prescritos, tanto para atletas como para praticantes de exercícios físicos com objetivos de saúde ou estética. Eles cumprem uma função parecida com a dos medicamentos para os médicos de outras especialidades. Identificada uma necessidade em que o manejo dos suplementos seja interessante por diversos motivos de ordem médica, fisiológica ou de praticidade, a prescrição sempre leva em consideração as características individuais do paciente. Para uma prescrição de qualidade e efetividade, o médico ou nutricionista, com um olhar baseado em evidências clínicas, deve entender a realidade do cliente sobre os seguintes itens:
- bagagem genética
- condição de saúde prévia (leia-se exame clínico bem realizado e exames complementares necessários)
- padrão alimentar previamente utilizado
- composição corporal (padronização internacional)
- treinos prévios
- rotina de vida
- metas a serem alcançadas

A partir destas informações, está gerada a capacidade de identificar a necessidade de suplementação individual, estabelecendo-se uma relação positiva entre custo e benefício efetivo. Desta forma, o médico ou nutricionista prescreve, carimba e assina a prescrição. Pense nisto na hora de ter a indicação de uma pessoa não habilitada ! Sempre se deve partir do princípio que para um suplemento cumprir realmente sua função, ou seja, a de realmente "suplementar", a pessoa que o ingira deve ter uma alimentação equilibrada, com os nutrientes necessários para uma vida saudável, bem fracionada durante o dia, que evite alimentos prejudiciais aos seus objetivos e que hajam os macronutrientes essenciais e oportunos em relação à atividade física. Lembre-se que nada substitui de forma efetiva uma alimentação de qualidade ! Existem inúmeros casos em que a utilização é extremamente benéfica, de forma que a pessoa recebe um alimento-chave, de forma prática e rápida e em uma hora oportuna, essencial para o alcance de determinado objetivo. Comumente esta é a indicação mais freqüente na conduta no consultório de medicina do esporte.

Os momentos mais oportunos para a ingestão de suplementos são os períodos pré e pós treino, durante treinos longos (superiores a 90 minutos) ou mesmo em determinadas horas do dia. Para se ter uma idéia, atletas que treinam para o Iron Man necessitam de uma média de 5000 a 6000 kcal diárias, durante diversos períodos do ano, onde treinam com maior volume. Em uma prova, chegam a necessitar de 7000 a 8000 kcal para completarem uma prova que tem 3800 m de natação, 180 km de ciclismo e no final, apenas uma maratona para ser corrida ! Os melhores atletas a completam com duração pouco superior a 8 hs, mas muitos ultrapassam 12 horas em atividade física contínua ! Como fornecer todo este aporte calórico senão por meio de uma suplementação eficiente, de forma que o atleta possa se alimentar sem parar de correr ou pedalar ? Este raciocínio vale também para o período de treinos, onde é humanamente impossível a ingestão de tamanho aporte calórico pelas vias normais, devido principalmente ao tempo necessário para a digestão. Afinal o atleta tem que treinar ! Cumpridas as necessidades de informação e reeducação alimentar do cliente (descritas anteriormente neste texto) e garantida uma relação positiva entre o custo e benefício, é aproveitada a oportunidade de maximização dos resultados desejados por meio da suplementação alimentar baseada em evidências científicas. Um exemplo está disponibilizado a partir de casos muito comuns em consultório de medicina do esporte, com pode ser visto a seguir:

CASO CLÍNICO:
- Paciente adulto jovem, masculino, saudável.
- Rotina de 12 hs por dia envolvido em estudos e trabalho.
- Do trabalho vai direto à academia (à noite)
- 90 minutos para treinar.
- Alimentação desregrada, hiperproteica e de baixo teor de carbohidratos.
- Sobrecarga calórica nos finais de semana e nas noites em que não treina.
- Faz uso apenas de whey protein com água (suplemento de proteína) após o treino, sem possibilidade de refeição nas 4 horas anteriores ao treino.
Pratica há 6 meses, 4 x semana:
- musculação (treinos de hipertrofia - ABCD)
- corrida em esteira com duração de 25 minutos em média intensidade
Queixa principal:
- dificuldade de aumento de massa muscular
- pouca perda de gordura corporal
- fadiga para treinar após o dia inteiro de trabalho e estudo

Após a avaliação médico-esportiva, verificação de exames laboratoriais, exame antropométrico, teste ergoespirométrico e entrevista com a nutricionista, houve a prescrição de uma dieta adequada conforme as características clínicas individuais e da rotina do cliente. No entanto, permanece a impossibilidade do paciente lanchar em um período de 4 horas prévias aos treinos.
Conduta: Foi prescrita uma dieta levemente hipercalórica, com o objetivo de reeducação alimentar e favorecendo a troca de gordura (3 kg) por massa muscular (4 kg), determinadas pela análise dos dados cineantropométricos. A prescrição de suplementos foi incluída no cálculo do valor calórico total. O treino de musculação para hipertrofia (ABCD) foi mantido com adequação da freqüência cardíaca alvo para uma perda de gordura maximizada durante treino aeróbio.
Neste contexto, pode-se dar o seguinte exemplo de prescrição de suplementos:
- utilização de suplemento de guaraná, 1 cápsula 2 hs após o almoço;
- shake de hipercalórico, 1 scoop com água, à tarde (para compensar o jejum que havia mantendo e pela praticidade de preparar o alimento no ambiente de trabalho);
- creatina (na dose de 5 g) 1 hora antes do treino, com dose pequena de carbohidrato para melhora da absorção e do carreamento, em ciclos de 30 dias de uso por 30 dias de não-uso;
- uso de uma barra de carbohidratos ao sair do trabalho ou chegar na academia;
- 500 ml de água com 8 colheres de sopa de malto dextrina, para ser utlizado durante o treino de musculação e aeróbio;
- após o treino, manter o uso de whey protein na dose de 1 scoop.
Ao invés da água, utilizar 250 ml de suco de frutas. Ingerir durante a primeira hora após o término do treino, com sanduíche natural de 3 fatias de pão light, queijo cottage, atum e salada.

Com este exemplo fictício de prescrição de suplementos e a garantia de adesão do paciente às orientações relativas à alimentação, treino e descanso, há um aumento substancial no alcance das metas determinadas de comum acordo com a equipe de medicina do esporte.

Corrige-se portanto:
- o baixo aporte de carbohidratos,
- a ingesta exagerada de proteínas,
- o cansaço existente para treinar,
- garante-se uma maior evolução no princípio de sobrecarga muscular, necessário para haver aumento de massa muscular,
- evita-se a perda de massa muscular que pode haver no treino aeróbio após o treino de musculação, sem uma correta ingestão de carboidratos.

Cabe-se salientar que este foi apenas um exemplo muito comum dentre os casos atendidos em consultórios de medicina do esporte e esta prescrição fictícia não deve ser seguida por ninguém, sem uma avaliação médica prévia e individualizada.

Dr. Rafael de Souza Trindade Médico do Esporte, MS CREMESP 115.205
Consultor Científico da Probiótica
Diretor Médico - IFBB Brasil e Sul-América.
Fonte: site Probiótica

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